Nos últimos treinamentos Kanban (KSD), tenho notado um crescente interesse dos alunos em Gestão de Mudanças em iniciativas de melhoria. Acredito que isso representa o maior benefício e propósito do Kanban. Após a última turma em Brasília, decidi compilar alguns conselhos práticos que frequentemente emergem no KSD:
- Não comece pela cultura: A cultura é abstrata e culpar a cultura organizacional é reconhecer uma inabilidade em Gestão de Mudanças. Para influenciar a cultura, mude o modelo de gestão. A cultura irá acompanhar. Leitura recomendada.
- Não comece pelo mindset: Acreditar que mudar o mindset é crucial pode ser considerado antiético. Leitura recomendada em inglês.
- Não comece pela estrutura: O fluxo deve influenciar a estrutura, não o contrário. A maioria dos problemas organizacionais são problemas de fluxo. Promova a colaboração sem necessariamente juntar times ou departamentos. Respeite o tribalismo e a individualidade.
- Não comece pela eficácia: Foque inicialmente na eficiência, obtenha pequenas vitórias, estabilize o fluxo e, depois, direcione-se para a eficácia e entrega de valor. Leitura recomendada em inglês.
Muitas dessas lições são frutos de quase uma década de prática com Kanban, colaborando com a Lean Kanban University e aprendendo com outros líderes, especialmente no Brasil. Se essas ideias parecem difíceis de aceitar, talvez seja uma oportunidade para entender melhor a obliquidade do Kanban e o comportamento humano em situações de mudança. A influência na cultura e mindset, e a alteração das estruturas, devem ser feitas de forma indireta e progressiva.
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